Esconderijo

SEJA VOCÊ

Seja você, como eu jamais consegui ser eu. Viva a sua vida, como se a minha não estivesse ao seu lado, e cubra-se porque a tempestade está por vir. Folhas serão arrancadas das árvores com tamanha agressividade, noites se transformarão em dia em segundos, e o mundo estará de cabeça para baixo. Ainda assim, continue lendo, pois mesmo que o mundo esteja com a cabeça pra baixo, você ainda está com a sua no lugar. Ou melhor, o seu pensamento está. Espero que suas ideias não caiam com tanta turbulência.

Boa leitura, Amanda Oliveira.

domingo, 26 de setembro de 2010

SUSPIRO de hoje: Dias atrás

Dias atrás
Dias atrás eu saberia muito bem como te dizer o que eu queria, as palavras estavam na ponta da língua. É... Você sabia que eu estava nervosa e nem por isso tentou me acalmar, era porque queria que eu ficasse ainda mais aflita e não conseguisse dizer tudo. Tudo aquilo que estava premeditado, calculado e repensado, todas as palavras certas.
Naquele momento eu abri a boca, mas som nenhum saiu de lá, só o meu hálito com cheiro de hortelã, eu fiquei ditando o alfabeto: Ah... Be... Então você começou a me interrogar como se eu tivesse cometido algum crime, desesperado. Se eu tivesse sóbria teria falado tanta, mas tanta coisa, eu teria arrancado tudo que estava preso na minha garganta. Tudo que eu aguentei por muito tempo, por falta de coragem, por amor muitas vezes, e outras admito, por pena.
Eu odiei o modo como você estava me tratando, como se tudo o que eu falasse não fizesse sentido, mas eu não queria deixar você, por isso aguentei, eu saberia que a distância entre nós faria mal á mim, você eu não sei, não tinha mais certeza. Eu sentiria muita saudade sua. E você como se sentiria? Resolvi perguntar para você, foi uma má escolha. Você transformou todas as minhas palavras em acusações. Minha paciência estava acabando. Vi, que seus olhos se estreitaram quando mencionei a palavra distância, você me fitou agressivamente, não sabia bem o que isso significava, mas não parecia bom.
Eu não via problema na palavra, era com outra qualquer. Eu estava cansada de você, em um só dia você tinha conseguido me tirar à paciência de meses. Talvez, naquele momento você não tivesse percebido, mas eu estava furiosa. Escutei tudo o que você tinha para me dizer, quando acabou eu nem disse adeus, eu simplesmente me mandei. Era muito cansativo tentar ser uma pessoa certinha e perfeita. Por que você não comprava uma Barbie hein?
Não sei como, com quem e aonde você está, pouco me importa. Eu continuo sendo a mesma imperfeita de sempre, cá com meus botões. Lá, mas bem lá no fundo eu sei, que onde quer que você esteja você se lembra de mim, nem que seja por um segundo, a minha imagem vem na sua cabeça. Fico feliz se for verdade, porque seria lamentável, você esquecer-se de uma boa parte da sua vida.
Eu odeio você, principalmente porque você faz parte de mim.  Odeio você porque sem você o céu fica nublado, meu cabelo embaraçado e nada faz sentido. Porque a cidade fica vazia, eu fico perdida, sem rumo.  Porque mesmo te odiando, eu te amo. E não adianta fingir, já fiz tudo para mudar isso, e mesmo assim. As ruas ficam silenciosas, as músicas não tocam e eu fico sem ritmo. Eu sei que isso é mesquinho, eu culpo você por tudo o que acontece de ruim na minha vida, mas e daí? Você nem se importa. Essa sou eu.  E quer saber de uma coisa, um dia essa dor vai ter de acabar, ela tem de passar. Acho que eu fugi (fingi) porque eu sabia que não adiantaria me machucar mais, meu amor por você não mudaria tão cedo, e para que então sofrer ainda mais? 

2 comentários:

catii (: disse...

fooda *----* adoreei , mto boom amanda ! *o*

Naanda disse...

Ameei supeeer!
tá liindo