Esconderijo

SEJA VOCÊ

Seja você, como eu jamais consegui ser eu. Viva a sua vida, como se a minha não estivesse ao seu lado, e cubra-se porque a tempestade está por vir. Folhas serão arrancadas das árvores com tamanha agressividade, noites se transformarão em dia em segundos, e o mundo estará de cabeça para baixo. Ainda assim, continue lendo, pois mesmo que o mundo esteja com a cabeça pra baixo, você ainda está com a sua no lugar. Ou melhor, o seu pensamento está. Espero que suas ideias não caiam com tanta turbulência.

Boa leitura, Amanda Oliveira.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

SUSPIRO de hoje: Eterno, simplesmente para sempre



Eterno, simplesmente para sempre
Meu amor por você é para sempre, quando ela olhar pra você, com certeza não vai te olhar do mesmo jeito que eu te olho, quando ela te beijar, nem mesmo quando te abraçar, nunca vai ser a mesma coisa, nós somos um só e você insiste em nos separar. Eu sei que meu amor por você é eterno, simplesmente eterno porque não há um minuto nas vinte e quatro horas do dia que eu não pense em você. Eu me sinto mal, eu sorrio, eu almoço, janto, e fico pensando em como seria se você estivesse ao meu lado naquele instante. . Para sempre nunca foi uma palavra difícil para o nosso amor, ele se fez (para sempre) por si só, começou a andar sozinho...
Enxergue-me, olhe para mim e veja como eu fiquei sem a sua presença, como eu fiquei com a sua ausência, sim eu estou muito bem, por fora. Estou com umas olheiras, mas nada que uma base não faça. Por dentro eu estou um lixo. Palavras e palavras voam pelo meu pensamento e só uma permanece, Você. Estranho né? Na verdade não é não, sempre foi assim, penso que sou eu a que mais ama, porque sempre existe um que ama mais que o outro, não negue.
Amar não é o bastante para você, eu não tenho uma fita métrica aqui comigo para  medir o meu amor por você, aliás, ele não tem medidas de quão grande é, se eu tentar medi-lo tenho certeza que parecerá muito menor do que é. Convenhamos que para você amar não é o bastante, talvez nos seus seis, sete anos de idade tenha sido, mas agora meu bem, não é. Você exige muito mais do que eu posso oferecer, você precisa de muito mais do que amor, às vezes eu penso que você é o necessitado aqui, não eu. Você que precisa de mais coisas, para mim  o amor basta.
Basta porque é verdadeiro, e se é verdadeiro eu não me importo em como você fica perto dos seus amigos, em como você é arrogante ao telefone quando tá no serviço, tudo isso para parecer que você manda em mim, Ah... Se eles soubessem. Na verdade eu me importo, mas não falo. Ainda te amo, eu não sei em como o meu cérebro ainda não registrou que eu não quero mais te amar, não quero. Você está com ela e eu com outro. Mas nós sabemos quem amamos, não é?



sexta-feira, 27 de agosto de 2010

SUSPIRO de hoje: Erros e Acertos


Erros e Acertos

Eu me arrependo sinceramente do que não fiz. De tudo que deveria ter dito e não disse e principalmente do que deveria ter aprendido e não aprendi. Um desses arrependimentos foi não aprender a mentir, não aprender a mentir para mim mesma. Encarar o espelho e dizer: Ei, você não é pra mim, eu não te amo. Não sei se adiantaria muita coisa, pois de tanto teimosa que sou não iria acreditar em minhas próprias mentiras. Seria a burra que acreditou, ou a cínica que mentiu?
Eu me arrependo sinceramente do que fiz.  De tudo que não deveria ter feito como ter crises de choro na frente de pessoas que não precisavam me ver naquele estado. Como chorar na sua frente e deixar você me ver como eu sou de cara lavada, e sem pose.  Eu não queria que acontecesse desse modo.  Arrependo-me de ter quebrado pratos, copos e vasos valiosos ou meras quinquilharias de raiva, por ódio de mim e do mundo. Arrependo-me de sair por ai sem ter o que fazer e do nada aparecer em meus pensamentos a sua imagem, de deixá-la entrar e não expulsá-la, de fingir ser o que não sou para agradar você  e mais outros, só por medo.
Eu me orgulho de saber mentir para os outros. Mentir quando eles mais precisam e contar piadas sem graças copiadas de um programa humorístico sem audiência, e rir delas sem a menor vergonha. Mentir para você quando eu estava destruída por dentro e por fora uma máscara me cobria. Mentir que eu não estava apaixonada só para curiosos não perguntarem o nome do sujeito: Você.
Eu tenho vergonha de não saber expressar meus sentimentos para o mundo. Sentimentos que estão tão sufocados que a qualquer minuto poderiam sair pela minha boca sem eu perceber. Vergonha de não admitir acreditar em amor perfeito, de sorrir de tristeza, vergonha de ser tão cruel a ponto de machucar profundamente uma pessoa que amo só para me sentir melhor.  Vergonha de gritar a sua falta, mas calar. E vergonha de ter expulsado pessoas amadas da minha vida, por não saber amar.
O problema é que só sei amar sofrendo, sorrir chorando e falar gritando. É que eu não sou sempre eu mesma e às vezes me afasto de mim e levo minha tolerância junto. E rótulos serão sempre rótulos, existem sentimentos que não precisam de nomes, só de alguém para senti-los.  O que eu sinto, ainda não tem no dicionário.

sábado, 7 de agosto de 2010

SUSPIRO de hoje: Cinza



Cinza
Minha vida ficou sem sentido sem você, não sabia o que dizer o que fazer para mudar isso. Era difícil admitir que você fosse a causa da minha infelicidade por meses, mais difícil ainda foi tentar apagar você da minha lembrança.
Eu não sabia o que estava acontecendo comigo ao certo, eu estava ficando cinza, não sabia se estava triste a ponto de ficar de luto e vestir só preto, ou em paz e só vestir branco. Então eu comecei a me sentir cinza, sem graça, meio termo, neutra, na verdade eu me sentia presa. Era como se eu fosse uma criança feliz, que gostasse de brincar na rua com o sol batendo no meu rosto e cegando minha vista, e de repente eu acordasse e o sol não estivesse no meu rosto, como se vários dias após esse eu não pudesse mais sair para brincar por causa do tempo nublado e cinzento, os pais dos meus amigos não iriam deixá-los brincar com esse tempo, eu estava só.
Não estava sendo relaxada comigo não, eu apenas não estava tentando me reerguer. O mundo parecia que contribuía para a minha baixa estima. Eu queria desaparecer, queria virar cinzas, ninguém enxergava isso, ninguém. Eu estava passando despercebida nos lugares, não me convidavam mais para ir ao cinema, num bar, e nem festas. Estava perdendo o brilho no olhar. Meus amigos e parentes achavam que estavam me ajudando assim, eles achavam que essa tristeza constante iria passar dali a dois anos.
 Lembro-me como se fosse ontem, era um sábado à tarde e eu estava arrumando a casa, porque não havia mais nada para fazer, ninguém tinha me convidado para sair nem nada. Eu estava só, minhas amigas tinham cansado de ouvir todas as minhas lamúrias, choros inconvenientes, piadas pretensiosas e risinhos infantis. Sim, piadas pretensiosas e risinhos infantis, eu fazia piadas idiotas sobre coisas sérias, e ria na hora errada. Naquele dia eu lembro que estava tudo desarrumado, tudo fora do lugar, estava me sentindo sozinha e liguei o rádio, e estava tocando a nossa música preferida, então eu comecei a cantar “If I could, then I would I'll go wherever you will go" se eu pudesse eu o teria feito, mas eu era fraca demais.
Pensei em como nós gastamos tempo brigando, em como poderíamos ter resolvido todos aqueles conflitos com uma  breve conversa civilizada. Em como eu queria continuar com você, nós andávamos juntos pra cima e pra baixo. Éramos inseparáveis, até que o tempo, a distância nos separou. Depois disso eu me exclui do mundo, e fiquei só, com nossas fotos, nossos vídeos, nossos filmes preferidos. Eu me arrependi muito de não ter descido do salto e ter assistido os seus filmes, sim porque você sempre me falava de como eles eram engraçados. Naquele dia eu abri a sua gaveta e peguei todos os seus filmes. Eles eram muito engraçados, me matei de rir, parecia que eu estava feliz, só parecia.
Logo após de assistir os filmes, resolvi olhar nossas fotos, eu chorei. Foi deprimente. Resolvi te recortar. Peguei a tesoura e te recortei de todas as fotos e recoloquei no álbum, depois peguei suas fotos e botei embaixo do colchão, como uma criança escondendo os doces da mãe. Eu estava sendo novamente infantil, quem veria aquele álbum? Só eu, então para que recortar as fotos? Não sei, sinceramente não sei. Cai em prantos sem conseguir me compreender. Não era rancor, nem raiva. Eu esperava mesmo que você fosse feliz, e eu torcia para isso, que você conseguisse achar a felicidade enquanto eu me escondia mais do mundo, procurando uma cópia sua para me acompanhar.
Solidão era a palavra que me resumia. Eu precisava de alguma coisa para me fazer viver, alguma corda que me puxasse, algum motivo para existir, e esse já havia sumido. A única coisa que eu poderia fazer era esperar virar cinzas. Como qualquer outra pessoa, todos iremos morrer e tudo que eu fizer pode não significar nada, mas eu preciso de um motivo. Por isso resolvi a partir daquele sábado ensolarado que eu veria sim o sol por fora da minha janela, e tentaria não ser tão pretensiosa nem infantil. Eu tentaria, porque eu teria um motivo, encontrar a sua cópia. Que eu esperava ser mais fotogênica.  Deseje-me boa sorte.