Esconderijo

SEJA VOCÊ

Seja você, como eu jamais consegui ser eu. Viva a sua vida, como se a minha não estivesse ao seu lado, e cubra-se porque a tempestade está por vir. Folhas serão arrancadas das árvores com tamanha agressividade, noites se transformarão em dia em segundos, e o mundo estará de cabeça para baixo. Ainda assim, continue lendo, pois mesmo que o mundo esteja com a cabeça pra baixo, você ainda está com a sua no lugar. Ou melhor, o seu pensamento está. Espero que suas ideias não caiam com tanta turbulência.

Boa leitura, Amanda Oliveira.

sábado, 7 de agosto de 2010

SUSPIRO de hoje: Cinza



Cinza
Minha vida ficou sem sentido sem você, não sabia o que dizer o que fazer para mudar isso. Era difícil admitir que você fosse a causa da minha infelicidade por meses, mais difícil ainda foi tentar apagar você da minha lembrança.
Eu não sabia o que estava acontecendo comigo ao certo, eu estava ficando cinza, não sabia se estava triste a ponto de ficar de luto e vestir só preto, ou em paz e só vestir branco. Então eu comecei a me sentir cinza, sem graça, meio termo, neutra, na verdade eu me sentia presa. Era como se eu fosse uma criança feliz, que gostasse de brincar na rua com o sol batendo no meu rosto e cegando minha vista, e de repente eu acordasse e o sol não estivesse no meu rosto, como se vários dias após esse eu não pudesse mais sair para brincar por causa do tempo nublado e cinzento, os pais dos meus amigos não iriam deixá-los brincar com esse tempo, eu estava só.
Não estava sendo relaxada comigo não, eu apenas não estava tentando me reerguer. O mundo parecia que contribuía para a minha baixa estima. Eu queria desaparecer, queria virar cinzas, ninguém enxergava isso, ninguém. Eu estava passando despercebida nos lugares, não me convidavam mais para ir ao cinema, num bar, e nem festas. Estava perdendo o brilho no olhar. Meus amigos e parentes achavam que estavam me ajudando assim, eles achavam que essa tristeza constante iria passar dali a dois anos.
 Lembro-me como se fosse ontem, era um sábado à tarde e eu estava arrumando a casa, porque não havia mais nada para fazer, ninguém tinha me convidado para sair nem nada. Eu estava só, minhas amigas tinham cansado de ouvir todas as minhas lamúrias, choros inconvenientes, piadas pretensiosas e risinhos infantis. Sim, piadas pretensiosas e risinhos infantis, eu fazia piadas idiotas sobre coisas sérias, e ria na hora errada. Naquele dia eu lembro que estava tudo desarrumado, tudo fora do lugar, estava me sentindo sozinha e liguei o rádio, e estava tocando a nossa música preferida, então eu comecei a cantar “If I could, then I would I'll go wherever you will go" se eu pudesse eu o teria feito, mas eu era fraca demais.
Pensei em como nós gastamos tempo brigando, em como poderíamos ter resolvido todos aqueles conflitos com uma  breve conversa civilizada. Em como eu queria continuar com você, nós andávamos juntos pra cima e pra baixo. Éramos inseparáveis, até que o tempo, a distância nos separou. Depois disso eu me exclui do mundo, e fiquei só, com nossas fotos, nossos vídeos, nossos filmes preferidos. Eu me arrependi muito de não ter descido do salto e ter assistido os seus filmes, sim porque você sempre me falava de como eles eram engraçados. Naquele dia eu abri a sua gaveta e peguei todos os seus filmes. Eles eram muito engraçados, me matei de rir, parecia que eu estava feliz, só parecia.
Logo após de assistir os filmes, resolvi olhar nossas fotos, eu chorei. Foi deprimente. Resolvi te recortar. Peguei a tesoura e te recortei de todas as fotos e recoloquei no álbum, depois peguei suas fotos e botei embaixo do colchão, como uma criança escondendo os doces da mãe. Eu estava sendo novamente infantil, quem veria aquele álbum? Só eu, então para que recortar as fotos? Não sei, sinceramente não sei. Cai em prantos sem conseguir me compreender. Não era rancor, nem raiva. Eu esperava mesmo que você fosse feliz, e eu torcia para isso, que você conseguisse achar a felicidade enquanto eu me escondia mais do mundo, procurando uma cópia sua para me acompanhar.
Solidão era a palavra que me resumia. Eu precisava de alguma coisa para me fazer viver, alguma corda que me puxasse, algum motivo para existir, e esse já havia sumido. A única coisa que eu poderia fazer era esperar virar cinzas. Como qualquer outra pessoa, todos iremos morrer e tudo que eu fizer pode não significar nada, mas eu preciso de um motivo. Por isso resolvi a partir daquele sábado ensolarado que eu veria sim o sol por fora da minha janela, e tentaria não ser tão pretensiosa nem infantil. Eu tentaria, porque eu teria um motivo, encontrar a sua cópia. Que eu esperava ser mais fotogênica.  Deseje-me boa sorte.


7 comentários:

Anônimo disse...

Gostei *-*
er a musica é linda *o*

Diego Pereira disse...

mtoo boom :D:D:D:D

Caticrestani disse...

wow ! *-*

Julia disse...

Muuito perfeito *.*
adoreeei

mari disse...

adoreei, perfeito o texo como sempre *-*

ainda sou normal disse...

muito bm .

Naanda disse...

omgquegigante SAYDOSAUTDATDSIA maas li tudinhoo!
Mtoo liindooo!

er a musica é linda+1