Esconderijo

SEJA VOCÊ

Seja você, como eu jamais consegui ser eu. Viva a sua vida, como se a minha não estivesse ao seu lado, e cubra-se porque a tempestade está por vir. Folhas serão arrancadas das árvores com tamanha agressividade, noites se transformarão em dia em segundos, e o mundo estará de cabeça para baixo. Ainda assim, continue lendo, pois mesmo que o mundo esteja com a cabeça pra baixo, você ainda está com a sua no lugar. Ou melhor, o seu pensamento está. Espero que suas ideias não caiam com tanta turbulência.

Boa leitura, Amanda Oliveira.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

SUSPIRO de hoje: 19 de fevereiro

19 de fevereiro

Eram onze horas quando acordei pela manhã, lá fora chovia. Dava para escutar os pingos de chuva caindo sobre o telhado, depois descendo pelas telhas e caindo dentro da bacia no meu quarto. Isso não era bem o que eu queria ouvir. O tempo estava feio mesmo, e eu não estava nada bem, tinha dormido demais e se não me apressasse perderia o horário do ônibus, e lá se ia férias de verão.
Levantei apressada com fome e dor nas pernas. Abri a porta do guarda-roupa à procura de alguma roupa descente para vestir, me senti como se naquele dia nada me cairia bem.  Resolvi colocar uma blusa e uma calça jeans, um tênis. Tomei banho. Como o aniversário não era formal, iria com aquela roupa mesmo.  Com fome, abri a geladeira e peguei um iogurte de frutas vermelhas.  Atrasada corri até o quarto para pegar minha carteira, bolsa  e brincos. Passando de novo pelo banheiro me olho no espelho: Não dá para sair com esse cabelo. Arrumei o cabelo, peguei minhas coisas e bati a porta.
Já dentro do ônibus a paisagem mudava de repente um sol, um mar, um dia claro apareceu em minha janela, e eu percebi que chegara à praia. Ainda bem que fazia um belo dia. Mas nada me tirava da cabeça o que me esperava na casa de veraneio, por que tinha que ser lá? Para mim não fazia muita diferença, ia ser um dia chato e eu iria ter que escutar as piadinhas sem graça do meu primo mais novo.
A praia estava deserta naquele dia, e eu que ainda não havia despertado de meus sonhos andava por ela descalça. Meus pés com as unhas muito bem pintadas de um vermelho sangue andavam pela beira da praia com rapidez como se quisessem me direcionar para certo alguém.  Eles me levaram até o alguém. Ele, que estava sentado nas dunas observando a imensidão do mar e procurando um pontinho além de mar, céu e terra, então seus olhos me encontraram. E os meus pés sem me dizer para onde estava indo, correram sozinhos até Ele.
Foi estranho, porque quando cheguei até Ele fiquei sem palavras. Então Ele com a câmera na mão, mexia a cabeça de um lado para o outro como para enxergar algo que eu não sabia o que era irritado e lindo Ele disse que eu estava na sua frente. Eu boba não tinha percebido e sai rápido para não irritá-lo mais. Como não tinha para onde ir antes das três horas me sentei ao seu lado, por enquanto que Ele tirava as fotos, resolvi pegar meu romance para ler alguma coisa.
Quando Ele parou de capturar a imensidão em poucos segundos se virou para mim e perguntou o que eu estava fazendo ali, acordando das minhas leituras respondi que eu estava na praia para fazer hora, porque ás três tinha um aniversário em família. Que seria uma chatice sendo que não haveria assunto além de futebol, casamentos, e namoros que eram quase noivados, mas é claro que essa parte eu não mencionei.  Então perguntei o mesmo, Ele disse que estava naquela praia para não fazer nada, só descansar.
Conversamos como dois amigos de infância que haviam se encontrado após anos, era como se conhecesse Ele há muito tempo, falamos de namoros desastrosos, pessoas sínicas, amores, amigos, brincadeiras de infância. Ele mexia no cabelo como se tivesse muito a vontade, como eu estava.  Falamos também de como odiávamos famílias conservadoras, então Ele falou que por isso tinha saído de casa, e que estava vivendo bem melhor sozinho, mesmo que sentisse falta da macarronada da sua mãe e do seu quarto.  Isso foi bem bizarro, porque qualquer homem que eu já havia conversado não admitiria que sentisse falta de casa.
Nós estávamos muito bem, até que meu celular tocou, era a minha tia me chamando, já eram quatro e meia e nem sombra da minha pessoa. Todos estavam preocupados, foi aí que eu saí correndo, expliquei tudo a Ele e fui embora. Foi como se aquele dia não tivesse existido, foi tão bom que não parecia verdade, mas um dos indícios que ele existia é que ainda tinha um aniversário em família me esperando a dois quilômetros dali.

9 comentários:

mari disse...

aai amanda, quer me matar de mistério ! já tava pensando que esse tal Ele era Deus IOSAUSUAIOSIOAUSAUIOSA quero a segunda partee! ta perfeeito *-* bjs

Augusto disse...

mt legal mesmo, sabes escrever mt bem!

Gengiscan Pereira disse...

amei *-* ;*

Diego Pereira disse...

MtoOO BOM :D:D:D

Unknown disse...

Adoreeeei.

Anônimo disse...

Muuitoo boom mesmo :D G.

Lika disse...

falta uma parte? quero lê-la. adorei esse.

Priscilla Vargas disse...

ameiiiiii ! *-*

Unknown disse...

Mais uma crônica bem escrita,só acho que poderias abordar ou voltar a abordar assuntos da mídia podre brasileira ao invés de crônicas dramáticas,poderia escrever alguma coisa engraçada também,afinal quem te conhece sabe que tú é uma comédia certo?hehehe,mas falando sério não entendo como estas estórias de amor e desastres amorosos saem da tua mente!