Esconderijo

SEJA VOCÊ

Seja você, como eu jamais consegui ser eu. Viva a sua vida, como se a minha não estivesse ao seu lado, e cubra-se porque a tempestade está por vir. Folhas serão arrancadas das árvores com tamanha agressividade, noites se transformarão em dia em segundos, e o mundo estará de cabeça para baixo. Ainda assim, continue lendo, pois mesmo que o mundo esteja com a cabeça pra baixo, você ainda está com a sua no lugar. Ou melhor, o seu pensamento está. Espero que suas ideias não caiam com tanta turbulência.

Boa leitura, Amanda Oliveira.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Dezembro pra quê


Sabe o castelo de areia que a gente faz e desfaz com a maior facilidade, então por que é que a gente não é assim?  Eu queria tanto me desfazer e me criar nova(mente). Se é que você me entende. Dezembro é um mês contraditório pra todos meus sentimentos. Porque você sabe que em onze meses tudo pode acontecer, mas em dezembro nada acontece, tudo desenvolve.
Teve épocas que eu olhava a árvore, o papai Noel, o presépio e tinha vontade de quebrar tudo aquilo, vontade de despedaçar porque aquilo não era eu, eu não estava  e s t á v e l.  Não conseguia ter aquela continuidade do natal, aquela estabilidade, aquela regra. A confusão era o meu escudo talvez, mas se escudo, por que rejeitar?
Porque a gente é bicho fraco, recuado, torto. Porque a gente não apaga nada, porque ninguém esquece só torna aquilo indiferente. Eu queria saber como começar com um ano novo, mas por que novo, por que essas listas clichês com objetivos tão fúteis como emagrecer, arranjar namorado, beber até cair, pular sete ondas, conhecer os Estados Unidos?  Essas perdas rotineiras que a gente nem percebe, essa coisa, dobramos a esquina e perdemos uma coisa morna, ingênua dentro da gente, coisa que não precisa que atrás.
Mas como é bom perder, como é bom achar. Como é bom perder-se, mas como é ingênuo acreditar que se achou. Pedidos? Pra quem?  Não tenho pedidos, tenho ânsias, quero que tudo desenvolva que recrie que volte crescido e leve. Que o nó cego se desfaça. 
                                                                                                                       Smog.

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